"Ó Deus, criaste-nos para Ti e o nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em Ti!" (Santo Agostinho)

"Faça poucas coisas, mas as faça bem!" (São Francisco de Assis)

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Oração de menino

          PAPAI DO CÉU, por favor me ajude!
          Não quero ser o melhor jogador de todo o mundo. 
        Não desejo ser muito rico, bonito, forte ou o mais inteligente. 
Apenas desejo ser eu mesmo.
       Ainda que fosse aleijado, cego ou deficiente mental... 
       Que venha a ser poco admirado, amado ou compreendido... 
     Até mesmo doente, abandonado, maltratado e de tudo carente...
 Mas que seja eu mesmo. 
Com meu nariz bicudo ou de batata, olhos vesgos, dedos curtos ou alongados como os dedos dos passarinhos... 
Pés grandes, cabelos arrepiados, de pele branquela, morena ou crioula, analfabeto ou doutor... mas que, sem tirar nem por, seja eu mesmo.
 PAPAI DO CÉU, me perdoe por esse querer, ou perdão para aqueles que querem me modificar para me fazer melhor do que o Senhor me fez. 
Eles não sabem que goiabeira não dá jaca, 
nem pé de milho dá melancias!
     PAPAI DO CÉU, faça todo mundo entender que sou certo, direito, 
perfeito, assim do jeito que o Senhor me fez!
   PAPAI DO CÉU, por favor, me ajude!

(Célio Barroso)

Texto literário e texto não-literário

Não há um conteúdo exclusivo dos textos literários nem avesso a ele. Os textos literários privilegiam certos temas de acordo com a época.
o texto literário recria o real num plano imaginário. É necessário conseguir discernir o real do fictício e essa diferença reide no fato de que o texto literário tem uma função estética e o texto não literário tem uma função utilitária (informar, convencer, explicar, documentar, etc).
A função utilitária não se importa por exemplo com o plano da expressão (os sons), vai direto ao conteúdo. No plano da função estética se preocupa com o ritmo, com a expressão, inova e recria com organização contribuindo para a significação.
No texto literário e escritor procura recriar o mundo através das palavras, não se preocupa apenas com o que se diz, mas o modo como se diz.
O peta francês Valéry diz que quando se faz um resumo do texto não-literário, apreende-se o essencial e quando se resume o texto literário, perde-se o essencial. Não se pode mudar nenhuma palavra de lugar, suprimir ou acrescentar.
O texto literário é conotativo e o texto não-literário aspira a ser denotativo.
No uso estético da linguagem, procura-se criar relações entre as palavras, estabelecer associações inesperadas e estranhas. A linguagem em função utilitária pretende ter um único significado.

(Anotações feitas no período da faculdade de Letras - 2006)

Finá de ato (trabalho de Linguística)

Adispôs de tanto amor
De tanto cheiro cheiroso
De tanto beijo gostoso
Nós briguemos
Foi uma briga fatá, eu
disse: Cabou-se!
Ele disse: Cabou-se!
E nós dois fiquemos mudo,
sem vontade di falá.
Xinguemos, sim, nós 
se xinguemos.

Como se pode axingá:
_ Ô mandiga de sapo seco!
_ Ô bala de cururu!
_ Tu fica no norte
que eu vou pru sur.
Não quero te ver nem
pintado de carvão
lá no fundo do quintá.
E se eu contigo sonhá
Acordu e rezu um Creio em Deus Pai
Pru modi não me assombrá.
É... o Brasil é muito grandi
Bem podi nos separá
Eu engoli um salucio
Ele, engoliu bem uns quatro.
Larguemo o pé pelo mato
Passou-se tantos tempo
Que nem é bom recordar...

Onti, nós si encontremus
Nenhum tento disfaçá
Eu parti pra riba dele
Cum um fogo aceso no oiá
Que se num fosse um cabra de osso
Tava aqui dois pedaçu

Foi tanto cheiro cheiroso...
Foi tanto beijo gostoso...
Acontece nós si alembremos
O Brasil... é tão pequeno
Nem pode nos separá.

(Autor desconhecido. Adaptação de Gertrudes da Silva Jimenez Vargas)

As correntes e o crucifixo no peito de Nossa Senhora de La Salette




Em La Salette, Nossa Senhora apareceu usando uma Cruz e uma corrente todas especiais.




Mélanie, ela própria nos contou como eram:

“A Santa Virgem tinha uma belíssima cruz pendurada no pescoço. Essa cruz parecia ser dourada, mas digo dourada para não dizer que era folheada a ouro (...). Sobre esta cruz brilhantíssima havia um crucificado.”
“Era Nosso Senhor com os braços estendidos sobre a cruz. Quase nas duas extremidades da cruz, de um lado havia um martelo e do outro uma torquês.”

“A cor da pele do crucificado era natural, mas brilhava com grande fulgor. E a luz que emanava de todo seu corpo parecia dardos brilhantíssimos que perpassavam meu coração de desejo de me fundir n’Ele.’

“Por vezes Cristo parecia morto."



“Ele tinha a cabeça inclinada e o corpo estava afastado, como a ponto de cair, se não fosse retido pelos pregos que o seguravam na cruz.’

“Outras vezes Cristo parecia vivo. Tinha a cabeça erguida, os olhos abertos, e parecia estar na cruz por vontade própria.’

“E em algumas ocasiões parecia falar”.
 

Geralmente interpreta-se o martelo como símbolo daqueles que pela sua má vida, pelo menosprezo da Lei divina e até pelo ódio, pregam ainda mais Nosso Senhor Jesus Cristo na cruz.

Nesta concepção a torquês representa aqueles que, pelas suas boas ações, diminuem as dores de Nosso Senhor, e dentro de suas possibilidades tentam despregá-lo da cruz.

“A Santíssima Virgem – lembra ainda Mélanie – tinha duas correntes, uma um pouco mais larga que a outra. Da mais estreita estava pendurada a cruz à qual me referi. Essas correntes (é preciso dar-lhes o nome de correntes) eram raios de glória de grande brilho, que não é fixo mas faiscante”.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Onde Deus está?

Para experimentar Otávio, o professor diz:
_ Já que tudo sabes, vem cá. 
Otávio chega perto de seu professor e este pergunta:
_ Em que parte da extensão terrestre ou celeste Deus está?
Por um momento apenas, fica mudo Otávio. Mas logo esta resposta dá:
_ Eu, senhor, lhe daria tudo, se me dissesses onde é que Ele não está!

(Olavo Bilac) 

 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Paraíso e inferno

         (Na Terra há um ensaio de paraíso celeste e infelizmente um cursinho de inferno.)

          A Bíblia fala de dois paraísos e de apenas um inferno. Gentileza dos autores, porque assim como há um paraíso terrestre e outro celeste, há também um inferno dos demônios e outro inferno dos homens, que é uma espécie de filiai do inferno dos demônios. Basta olhar ao nosso redor, ler a Bíblia ou os livros de História para ver como alguns representantes do ser humano conseguiram criar ao seu redor um clima de céu, enquanto outros, desequilibrados e desqualificados, implantaram o seu vestibular de inferno por onde andaram. Nero, Calígula, Genghis Khan, Hitler, Idi Amin são apenas alguns exemplos da crueldade humana. Mas há milhares de pequenos e grandes destruidores. Alguns não matam, apenas roubam bilhões dos cofres do país, deixando o seu povo sem recursos; o que significa matar de fome ou de doenças a longo prazo.
          Torturadores, assaltantes, ladrões de milhões, desviadores de verbas federais; gente que enriqueceu à custa do dinheiro público, destruiu a reputação alheia, massacrou, soltou bombas, explodiu, implodiu pessoas; terroristas que enfeitam seus crimes com a palavra "ideal político", mas ódio e vingança são as ações praticadas por eles, ao deixarem uma bomba por onde passam seres humanos inocentes... pessoas cheias de ódio que fazem de tudo para destruir, derrubar, diminuir ou puxar o tapete das outras e que não hesitam em matar... matadores de aluguel que apagam os que nem sequer conhecem... todos estes são colaboradores do diabo. São Paulo tem uma lista bem maior nas suas epístolas aos Romanos e a Timóteo. O Apocalipse aumenta a lista, e Jesus se encarrega de chamar alguns religiosos de filhos o diabo e candidatos ao inferno porque mentem a fim de ganhar mais adeptos ou matam, como o matara para salvar as suas igrejas. Quem lê a Bíblia de olhos abertos sabe do que estou falando.
          Por isso, é bom lembrar que paraíso é um lugar de harmonia, diálogo, respeito e felicidade. O terrestre acabou por causa do orgulho humano. Na Terra restou um ensaio de paraíso celeste e infelizmente um cursinho de inferno. Os fofoqueiros, caluniadores, torturados, terroristas, manipuladores de dinheiro e fama a qualquer preço estão mais para inferno do que para céu.

(Revista Família Cristã - Paz inquieta - José Fernandes de Oliveira (Padre Zezinho)

quarta-feira, 19 de junho de 2013