"Ó Deus, criaste-nos para Ti e o nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em Ti!" (Santo Agostinho)

"Faça poucas coisas, mas as faça bem!" (São Francisco de Assis)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Santo Antônio de Pádua

13 de Junho

Santo Antônio de Pádua é tão conhecido por seu nome de ordenação que chamá-lo pelo nome que recebeu no batismo parece estranho: Fernando de Bulhões e Taveira de Azevedo. Além disso, ele era português: nasceu em 15 de agosto de 1195, em Lisboa. De família muito rica e da nobreza, ingressou muito jovem na Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho. Fez seus estudos filosóficos e teológicos em Coimbra e foi lá também que se ordenou sacerdote. Nesse tempo, ainda estava vivo Francisco de Assis, e os primeiros frades dirigidos por ele chegavam a Portugal, instalando ali um mosteiro.

O grande Santo Antônio de Pádua - ou de Lisboa, sua cidade Natal, utilizou todos os recursos de que dispunha para ganhar o apreço dos sectários, e teve a felicidade de converter grande número deles com seu exemplo, seus sermões e seus milagres.

Os milagres.


Pregação aos peixes para confundir os indiferentes.

Um dos milagres mais conhecidos de Santo Antonio foi sua pregação aos peixes. Na cidade italiana em Rimini ao norte da Itália, os hereges impediam o povo de ir aos seus sermões. Algumas pessoas correram na frente de Antônio e preveniram o povo daquela cidade afirmando que o frei era mentiroso e falso.

Durante seu sermão, o povo se mantinha indiferente. Então, apelou para o milagre abandonando seus ouvintes, foi pregar à beira-mar. Milhares de peixes de vários tipos e tamanhos puseram a cabeça fora da água para ouvir o santo. Antônio elogiou a participação dos peixes na história da salvação. Assim daria uma lição ao povo do vilarejo, e alguns que viram o acontecimento, tinham sido testemunha, para o restante da população. Este milagre invadiu a cidade com entusiasmo e os hereges ficaram envergonhados.

Santo Antonio foi cognominado “Martelo dos Hereges”, porque a heresia não teve inimigo mais formidável. Sua mais antiga biografia, conhecida pelo nome de Assídua, relata: “Dia e noite tinha discussões com os hereges; expunha-lhes com grande clareza o dogma católico; refutava vitoriosamente os preceitos deles, revelando em tudo ciência admirável e força suave de persuasão que penetrava a alma dos seus contrários”.

O testemunho na presença real de Jesus na Santíssima Eucaristia.

Um dia Santo Antônio teve uma longa discussão sobre o Santíssimo Sacramento com um astuto, influente e obstinado albigense (Albigenses, é uma seita religiosa que se propagou no Sul da França desde o século XI). Apertado este pela argumentação sólida e clara, pareceu comover-se e, como a ponto de render tributo à verdade, assim falou:

– Deixemos de discursos e vamos aos fatos; se podes provar por um milagre visível, que o Corpo de Jesus Cristo está realmente na Eucaristia, eu te juro afastar-me, no mesmo momento, das minhas idéias e me submeter à tua fé.

O momento era crítico e solene para Santo Antônio, o qual, inspirado pelo Senhor, não vacilou e respondeu com inteira confiança que daria a prova que lhe era exigida. Então, o albigense acrescentou:

– Eu possuo uma mula e a deixarei presa e sem alimento durante três dias; depois disso a conduzirei a um local público e lhe darei de comer; tu chegarás com a tua Hóstia consagrada, e se a mula, apesar de sua fome devoradora, deixar o feno e se inclinar diante desse Deus ao qual, segundo tu dizes, todas as criaturas adoram, não farei nenhuma resistência e me submeterei humildemente à Igreja Católica.

Acedeu Santo Antônio a essa proposição e se retirou para orar, pedindo ao Senhor Se servisse manifestar seu poder para salvar tantos infelizes que gemiam sob o peso dascadeias do demônio.

Compareceu o herege, acompanhado por grande número de sectários, no local e na hora que haviam combinado, conduzindo sua mula e o alimento que ela mais apreciava. Santo Antônio acabava de celebrar o santo sacrifício da Missa numa capela vizinha, e em seguida saiu rodeado de uma multidão de fiéis. Levava nas mãos o ostensório no qual se via a sagrada Hóstia. Adiantou-se majestosamente, recitando hinos e outras orações até chegar à praça pública.

Aproximou-se então da mula e lhe disse em voz alta:

– Eu nome de teu Criador, que eu, embora indigno, tenho em minhas mãos, e em virtude de sua Onipotência, ordeno-te que adores a este Deus feito Homem, a fim de que a maldade herética seja confundida e todos se vejam obrigados a reconhecer a divindade d’Aquele que, à voz do sacerdote, Se sacrifica a cada dia no altar.

Naquele mesmo momento ofereceram de comer à mula, mas – oh prodígio! – o animal não fez caso do feno que lhe apresentaram e, obedecendo à voz de Santo Antônio, prostrou-se, inclinando a cabeça até tocar a terra, e assim se manteve imóvel, naquela atitude respeitosa, diante da sacrossanta Eucaristia.

Ao ver essa maravilha, os católicos deram brados de júbilo, e os hereges ficaram confundidos. O herege que tinha solicitado o milagre se lançou aos pés de Santo Antônio, adorando em alta voz o Santíssimo Sacramento e declarando-se católico.

O novo convertido fez retornar à verdadeira Fé toda a sua família e construiu uma magnífica igreja em honra de São Pedro; nela seus descendentes edificaram uma preciosa capela, sobre cuja fachada fizeram gravar uma inscrição destinada a perpetuar a recordação de tão grande milagre.

Santo Antônio de Lisboa, Confessor e Doutor da Igreja, é um dos santos mais populares em todo o mundo. Depois de ser algum tempo agostiniano ingressou na Ordem franciscana, da qual foi um dos maiores expoentes. Pregou na Itália e no sul da França, conseguindo muitos milhares de conversões. Sabia de cor quase todas as Escrituras e tinha um dom especial para explicar e aplicar as mais difíceis passagens. Faleceu em 1231, com apenas 36 anos de idade. Sua língua, que tanto pregara a palavra divina, foi preservada da corrupção e até hoje é venerada num relicário, em Pádua. Foi cognominado o Doutor Evangélico.

Língua de Santo Antônio

Nenhum comentário:

Postar um comentário