"Ó Deus, criaste-nos para Ti e o nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em Ti!" (Santo Agostinho)

"Faça poucas coisas, mas as faça bem!" (São Francisco de Assis)

domingo, 19 de junho de 2011

História vivida

MAYARA E A SUA GATINHA JULIETA VITORINO RODRIGUES

Quando adicionei os desenhos e cartinhas, que recebi durante o período que dei aulas para a Educação Infantil, no meu blog, não imaginei que poderia localizar estes alunos novamente. Mas para minha surpresa... aconteceu. E que alegria! Fiquei muito feliz!

Bom, na verdade, eu não a localizei... mas ela é quem me localizou... rsrsrs

Através dessa cartinha:









A minha aluna (em 1991), Mayara, conseguiu me achar, claro pelo sobrenome dela, mas também pelo nome que deu para a sua gatinha, Julieta Vitorino Rodrigues. Como ela disse: “não tem como existir outra gata chamada Julieta Vitorino Rodrigues”. Verdade!



E essa é a Mayara, que hoje está casada e é mãe de três lindas crianças.

Mayara, obrigada pelo carinho e pela foto.

Que Deus lhe abençoe e a todos que você ama.

Bjs

:)


Pecado Social


Vivemos em uma sociedade que dependemos uns dos outros.
Que seria de nós sem o padeiro, sem o bombeiro?

Essa dependência gera uma certa responsabilidade mútua. Nós somos levados a nos ajudar uns aos outros. Até mesmo por interesse próprio. É conveniente para mim, por exemplo, que o meu vizinho esteja bem de saúde, pois assim não há perigo dele me contaminar com alguma doença.

Num plano superior, há o desejo de Deus: "amai-vos uns aos outros". Essa responsabilidade é cada vez maior, quanto mais estreito é o laço da convivência que nos une ao outro: marido e esposa, pais e filhos, irmãos e irmãs, namorados, noivos, vizinhos, amigos,...


Se faltarmos com essa nossa participação na vida do outro, não o estamos amando e, portanto, transgredindo uma lei natural e sobrenatural; daí o pecado. Estamos prejudicando a vida do outro com a nossa recusa em ajudá-lo, em ouví-lo, em tolerá-lo: logo, o nosso ato tem uma consequencia social. Não sou o único prejudicado, estou importunando mais alguém com a minha atitude. Isso é o que chamamos pecado social.

Essa recusa pode ter consequencias mais ou menos graves, conforme a importância da ajuda que estamos negando e, deste modo, também o pecado será mais ou menos grave.

Igualmente, todo e qualquer ato de amor que dedico ao próximo nos aproxima mais de Deus. Como disse Santo Agostinho: "a alma que se eleva, eleva o mundo".

É infantilidade pensar que pecar é somente cometer uma falta grave, do tipo matar, roubar, etc. Pecar não é só fazer o mal, é também deixar de fazer o bem, é o pecado da omissão.

Devemos conscientizar-nos de que somos um membro desse vasto corpo que é a Igreja e se não estivermos bem, todo esse organismo sofre por isso. Como ensina a sabedoria popular: "ninguém se salvará sozinho, nem também se perderá sozinho".

Dê um pouco de si ao seu meio social. Comece por sua casa.

(Texto retirado de uma revista religiosa de 1971, mas bem atual. É uma lástima, mas o nome do padre não estava legível.)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Oração sem nome



O autor desse poema, quem o sabe?

Foi encontrado em pleno campo de batalha, no bolso de um soldado desconhecido, do rapaz estraçalhado por uma granada, restava apenas intacta uma folha com esta mensagem.


Escuta, Deus...
Jamais falei contigo
Hoje quero saudar-Te, bom dia! Como vais?!
Sabes? Disseram-me que Tu não existes
E eu tolo acreditei que era verdade
Nunca havia reparado a Tua obra
Ontem à noite, na trincheira rasgada por granadas,
Vi Teu céu estrelado,
Compreendi então que me enganaram
Não sei se apertarás a minha mão
Vou Te explicar e hás de compreender
É engraçado neste inferno hediondo
Achei a luz para enxergar Teu rosto
Dito isto, já não tenho muita coisa a Te contar:
Só que... que... tenho muito prazer em conhecer-Te
Faremos um ataque a meia-noite
Não sinto medo
Deus, sei que Tu me velas...
Ah! É o clarim! Bom Deus, devo ir-me embora
Gostei de Ti, vou ter saudade...
Quero dizer...
Será cruenta a luta, bem o sabes,
E esta noite pode ser que eu vá bater-te à porta
Muito amigos, sei que não fomos, é verdade
Mas... sim estou chorando!
Vê Deus, penso que já não sou tão mau assim
Bem Deus, tenho que ir
Sorte é coisa rara
Juro porém, já não receio a morte...


(Deus presente em nossa vida - 1995)

Gozar a vida


A religião nos impedirá de gozar a vida?

Carta do "Quarto Mosqueteiro" ao Pe. Marcel (Livro: Clínica do Coração)

Confesso francamente que a religião me parece às vezes bem enfadonha! Ela nos impede de gozar a vida. Suas leis nos proíbem isto e aquilo, e é um nunca acabar de proibições...
Penso que um bom católico só pode levar uma vida triste... Será que eu não tenho razão?

O Quarto Mosqueteiro


Não , HESITO, meu senhor, em declarar-lhe que não.
E que acabará concordando comigo, se tiver a paciência de acompanhar-me até o fim.

Há dois modos de encarar as leis morais que nos são impostas por Deus. A primeira - que infelizmente é a sua - é considerá-las como entraves, fontes de aborrecimento. Então, já não se sente nenhum escrúpulo em infringi-las. Sente-se até um prazer em contorná-las habilmente. Quer um exemplo?

Um dia eu procurava um lugar para estacionar o meu carro. Nenhum, absolutamente nenhum! O único lugar livre estava justamente debaixo de uma tabuleta onde se lia em letras gigantescas: "ESTACIONAMENTO PROIBIDO". Em desespero de causa, coloquei o carro em lugar proibido e fui cuidar dos meus compromissos. Quando voltei, esperava-me um policial com a cara mais rebarbativa do mundo: "Padre, o senhor está multado". A falta era flagrante. Impossível protestar. Perguntei então: "Quanto é?" O policial desfez a cara e me disse sorrindo: "Dois santinhos! Meus filhos são loucos por santinhos! O senhor deve ter algum em seu livro." Por sorte eu tinha dois e bem bonitos. O policial e eu enfrentávamos a lei com toda tranquilidade. Por quê? Porque víamos na lei do estacionamento uma determinação abstrata, emanada por uma autoridade anônima e longínqua. Para nós, a lei era uma "coisa" e uma coisa aborrecida.

Voltemos às leis de Deus. Pois tudo muda quando as encaramos do segundo modo, do modo certo, como expressão da vontade de alguém que nos ama e quer o nossos bem. Vou dar um novo exemplo.

No nosso convento, situado num subúrbio, não recebíamos água do reservatório da cidade, mas de um poço cavado ao lado da casa. Um dia, um de nossos amigos, que era médico e higienista, veio visitar-nos e tendo bebido da água. suspeitou que estivesse contaminada, o que foi confirmado pelo exame. Condenou o nosso poço até segunda ordem e tabuleta, aqui e ali, advertiam: "É PROIBIDO BEBER DESTA ÁGUA". Uma tarde, quando estava com muita sede, tive que decidir entre beber imediatamente da água do poço, ou esperar meia hora pela água engarrafada. Resolvi esperar.

Reparou a diferença entre a minha negligência em observar a advertência do proibido estacionar e do proibido beber a água poluída? Simplesmente: aos meus olhos a lei do estacionamento vinha de uma autoridade longínqua, ao contrário, a advertência da água, de um amigo conhecido e digno de confiança.

Apliquemos estes princípios à lei de Deus.

Não há a mínima dúvida, caro senhor mosqueteiro, que verá nas leis divinas aborrecimentos prejudiciais, se pensar em Deus como numa abstração anônima, alguma coisa de perdido nas nuvens... Mas tudo mudará, tudo ficará ensolarado, se passar a ver em Deus um amigo, um pai, alguém que quer a sua felicidade neste mundo e sobretudo no outro. Então, sua religião não mais lhe parecerá aborrecida. E o você a praticará com gratidão e alegria.


Pe. Marcel - Marie Desmarais - Dom Marcos Barbosa (Clínica do Coração)

(1993)