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terça-feira, 18 de outubro de 2011

O que dizem as cores


De acordo com o médico e professor universitário Eduardo Cunha Farias em entrevista a revista Família Cristã, as cores fazem parte da nossa vida e, ao contrário que muitos pensam, não possuem um caráter meramente decorativo. Elas trazem consigo informações que influenciam o estado de espírito e a qualidade de vida das pessoas, constituindo-se também numa poderosa via de comunicação não-verbal. Não é à toa que a moda e a publicidade exploram tanto esse universo, tudo para provocar determinados desejos nos consumidores, é a chamada propaganda subliminar.

O professor Eduardo Cunha, formado pela Faculdade de Medicina da USP, é um dos poucos, no Brasil, especialistas nessa área, conhecida como biossimbologia das cores. Ele passou a se interessar pelo assunto há mais de 30 anos quando resolveu estudar em sua tese de doutorado as células que dão cor à pele. Seu primeiro objeto de pesquisa foram os peixes e depois outros animais, sempre investigando, além das características biológicas, aspectos físicos e comportamentais ligados às cores.

A observação realizada com os peixes deixou o professor maravilhado com a variação de cores que eles apresentavam e depois de um tempo, aplicou os estudos em outras espécies, correlacionando as cores e suas variações ao comportamento dos animais. O professor Eduardo explica que hoje essas conexões são bem conhecidas, mas, naquela época, era algo inédito.

Cunha explica que a ligação existente entre cor e comportamento nos animais, desde os peixes até os mamíferos, incluindo o homem é fruto de uma herança filogenética. Para explicar melhor ele cita o preto e o branco como cores, mesmo não os sendo. O preto é a ausência de luz e, portanto, de cores, ao passo que o branco é o somatório de todas elas e diversos estudos relacionam o preto e as cores escuras à agressividade. Na natureza, quando um animal expõe alguma cor PRETA ou escura de seu corpo está querendo intimidar o outro ou dizendo para ele não se aproximar, significam um desafio à luta ou uma disposição guerreira. Em situação agressiva, o hamster, por exemplo, ergue-se sobre as patas traseiras, mostrando aos seus inimigos o ventre coberto de pelos negros. Os antílopes também se valem de manchas escuras na cabeça para aumentar ilusoriamente o comprimento de seus chifres, dando-lhes um aspecto mais ameaçador. Já o BRANCO é o símbolo universal da paz. Numa luta, animais que possuem o ventre e a parte de baixo do pescoço branco deitam-se de costas e expõem as áreas claras quando querem mostrar submissão. A visão de áreas brancas pelo adversário bloqueia suas atitudes agressivas.

Professor Cunha explana que as cores possuem significados positivos e negativos, mas tudo depende do modo como são empregadas. O preto pode ser empregado como um símbolo de austeridade, sendo a cor da veste de várias autoridades, como juízes e religiosos. É sinônimo também de requinte.

VERMELHO – símbolo de dinamismo, vigor e amor ardente. É uma cor atrativa e prazerosa, predispõe a aproximação. Tem como característica a combatividade, a iniciativa, a sedução e a materialidade. Em excesso gera opressão.

AMARELO – solar, quente, luminoso, está associado à prosperidade e a riqueza – trigo e ouro – e estimula as atividades racionais, por isso é a cor indicada para as salas de estudo. Em demasia, provoca nervosismo e inquietude. É a ultima cor que aparece quando a luminosidade baixa, por esta razão é usado como sinal de atenção nos cruzamentos viários, nos pisca-piscas noturnos e em luminárias de trechos de rodovias sujeitas à neblina.

LARANJA – mistura de amarelo com vermelho, reúne as características atenuadas das duas cores que lhe dão origem. Esta ligada ao bem-estar, à jovialidade, à alegria e à despreocupação.

VERDE – tranqüilizante, alivia a ansiedade, exige menor esforço muscular para ser focalizado, basta contemplar a natureza. Seus significados variam de acordo com a tonalidade. Os tons mais claros são revigorantes e refrescantes, já os médios provocam relaxamento. É a cor idela para locais de relaxamento.

AZUL – traz a sensação de amplidão, romantismo, otimismo, imaterialidade, simbolizando passividade, frieza, limpeza e transcendência. Remete-nos a espiritualidade e à nobreza – “ter o sangue azul”. Deve ser evitado por pessoas com tendências depressivas.

VIOLETA – combinação de vermelho (terreno) e azul (transcendente), relaciona-se com o equilíbrio e a elevação espiritual, representando a junção céu e terra. Está presente nas vestes e anéis dos bispos, faixas mortuárias e vários movimentos espirituais.

Professor Cunha exemplifica também que roupas com cores vivas e luminosas são indicadoras de alegria de viver, por exemplo. Discursa também que um prato que apresenta um colorido diversificado é, em geral, mais equilibrado no que se refere aos nutrientes ingeridos. Os japoneses, cientes de que a degustação visual precede a alimentar, costumam servir as refeições em bandejas vermelhas porque esta cor estimula a secreção gástrica e aumenta o apetite. Toalhas vermelhas funcionam da mesma forma. Não é a toa que a maior rede de fast-food do mundo tem em seu logotipo o vermelho e o amarelo, ambas cores quentes que, estimulam o apetite dos consumidores.

Lembra também que a combinação das cores pode funcionar como uma propaganda subliminar. Vermelho, preto e branco exerce um efeito muito forte sobre o nosso psiquismo, provocando abrandamento da censura, relaxamento psíquico e tornando-nos mais permeáveis a novos estímulos e mensagens. Vale dizer que o refrigerante mais famoso do mundo tem essas três cores em suas embalagens. No campo da ideologia, o nazismo se valeu disso em usas paradas militares. Nas bandeiras e estandartes nazistas, o preto, o vermelho e o branco estavam sempre presentes no campo visual.

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