Se Deus quisesse tudo semelhante, igual, teria
feito só a rosa, mas fez outras flores, aos milhares; teria feito só a banana,
mas fez outros frutos, aos milhares; teria feito só o tubarão, mas fez outros
peixes, aos milhares; teria feito só a águia, mas fez outras aves, aos
milhares; teria feito só um tipo de pessoa, mas fez gente de todas as cores,
jeitos, raças e tamanhos. Pouca gente é realmente parecida.
Mais: Se Deus quisesse
tudo igual, não teria feito as pessoas de tal maneira diferentes. Cada um de nós
tem o seu DNA, uma espécie de arquivo confidencial do ser humano, pelo qual se
podem identificar, com pouquíssima margem de erro, as características de um ser
humano. É o nosso cartão de identidade universal. Não existem dois seres
humanos com a mesma marca; nem os gêmeos são iguais.
A ciência está descobrindo
o que a religião já sabia: que Deus criou e cria cada ser humano de maneira
especial. Mas ela está descobrindo também, mais depressa do que os pregadores
de religião, que é impossível a humanidade pensar e sentir do mesmo jeito. Há uma
diversidade de sentimentos e pensamentos em cada ser.
Enquanto a ciência luta
para valorizar o diferente, preservar as espécies e salvar da extinção as espécies
de vidas raras, destruídas, modificadas ou engolidas pelas outras, esses
pregadores querem engolir os outros e lutam para que todo mundo um dia pense,
ore, cuspa, ame, louve, dance e diga aleluia como eles. Não toleram outras
religiões e fazem de tudo para provar que os outros são errados e eles, certos,
melhores e únicos.
Em resumo: Se Deus um dia
destruísse todas as pessoas, tais pregadores certamente sobreviveriam, porque são
os únicos escolhidos. Ilusão das ilusões! Se Deus permitiu tantos caminhos de fé,
deve ser porque Ele sabe conviver com a fé dos seus filhos. Quem não sabe
conviver com a fé dos outros são os religiosos; os maus.
Uma das conquistas da
igrejas e dos países foi o diálogo e a tolerância, depois que a intolerância fez
milhões de vitimas. A volta da intolerância religiosa e da pregação de fanáticos
que insistem que Deus só aceita gente como eles não ajuda em nada. Isso não é
amor.
(José Fernandes de Oliveia (Padre Zezinho) pertenceá Congregação do Sagrado Coração de Jesus, é escritor, compositor, cantor e dedica-se à Pastoral da Comunicação.)
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