A hora em que as cortinas
se fecham lentamente
e a noite vem descendo
silenciosamente,
os olhos cerro e durmo
n meu quentinho leito.
E sonho, por mil mundos
passeio satisfeito.
Ainda ontem (bem me lembro)
entrei numa cidade.
E que cidade linda!
Pena é não ser verdade...
As ruas todas eram
de pão-de-ló calçadas;
de rapadura, as casas,
os muros, de queijadas.
O chocolate andava
em jorros pelas praças,
eram de açúcar cândi
os vidros das vidraças.
Nem uma chave havia
nas portas dos armários,
brincavam peixes rubros
na calda dos aquários.
Empadas descobertas
serviam de canteiros,
por flores, tinham dentro
os camarões inteiros.
A catedral, enorme,
era de goiabada,
com sinos colossais
feitos de marmelada.
Chovia cajuada,
groselha e capilé,
as flores dos canteiros
eram de picolé.
E eu... comendo sempre,
comendo sem parar...
Quando a mamãe me veio
de súbito... acordar!
Vocês façam ideia
como fiquei danado!
Tinha um pudim de creme
apenas começado!
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