"Ó Deus, criaste-nos para Ti e o nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em Ti!" (Santo Agostinho)

"Faça poucas coisas, mas as faça bem!" (São Francisco de Assis)

domingo, 21 de agosto de 2011

Fé em Debate - Família



Hoje foi concluído o evento promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que é a “Semana Nacional da Família”, que aconteceu dos dias 14 a 20 de agosto em todo o Brasil.

Foi uma semana dedicada a pensar na família, a estar com a família, a valorizar a família e mais importante de tudo orar juntos, rezar em família.

Esta semana de reflexão nos traz perguntas como:

E a família como vai?

Como estão as famílias hoje?

E os casais?

Perguntas estas que deveríamos fazer-nos todos os dias, não somente nesta semana que passou, dedicada a família, mas sim fazê-las com freqüência.

Uma ouvinte do programa Fé em Debate, do Padre Reginaldo Manzotti, todos os sábados, das 11h às 12h, disse que a sociedade hoje se torna uma verdadeira ventania contra o casamento. E que a mídia, principalmente, ajuda nesse processo. Acrescentou também que o excesso de trabalho, a irritabilidade do cotidiano corrido, a falta de tempo para dialogar também são dificuldades que os casais, que a família está vivenciando. De acordo com presidente da Confederação Nacional de Planejamento Natural da Família (Cenplafan) de Curitiba, Dr. Agostinho Bertoldi, convidado do programa Fé em Debate, deste sábado dia 13, disse que uma pesquisa foi feita e apontou que a maior parte do melhor de cada um (75%, 80%) é dada no trabalho e o melhor para ser dado para a família é o resto (20%), com isso as famílias estão carregadas e o relacionamento torna se pesado.

Quais são as referencias da família hoje?

Qual é o ideal da família cristã?

Foi com estas perguntas que Padre Reginaldo iniciou o seu programa, Fé em Debate, chamando-nos a atenção para a Sagrada Família, Jesus, Maria e José, que devem servir de modelo para as famílias cristãs.

Disse que as mulheres devem se inspirar em Maria, sempre orante e dedicada.

Para os pais, São José é o modelo de proteção, principalmente nos momentos de perigo. Como exemplo, citou as passagens em que São José é avisado em sonho sobre o ataque de Herodes, sempre sendo alertado dos perigos contra a Sagrada Família.

E o grande modelo é Jesus, devemos ser como Jesus. Ter um coração manso e humilde.

E o amor? Como está? Pode acabar mesmo depois de 20 anos?

Sim. Como esclareceu Padre Reginaldo o amor acaba assim como a fé. Muitos pensam que a fé não acaba, mas ela é um dom e assim como o amor precisa ser regado constantemente. Citou como exemplo a chama de uma vela que se assopramos se apaga.

Pode ter 20 ou 40 anos de casamento, mas sempre deve viver como se fosse um recomeço, o amor deve ser reaviado todos os dias através de gestos. O amor se traduz em gestos concretos.

Dr. Agostinho Bertoldi explanou que o casamento atravessa um período de dificuldade, de crise, precisando de renovação para que se mantenha, porque encontramos no mundo muitas situações que atrapalham a relação a dois. Falou ainda que para que o casamento subsista é necessário parar e pensar sobre o que alimenta uma relação conjugal nos dias de hoje.

Dr. Bertoldi observou também, durante os 25 anos trabalhando com casais, que a idéia que se tem nos dias de hoje sobre o casamento é que não deve haver a preocupação se vai durar para sempre, a idéia é que o casamento deve avançar no tempo, sem preocupar-se com a durabilidade.

Acrescentou também que uma das coisas que mais machuca em uma relação é a desconsideração. Que é uma tendência do ser humano de desvalorização, de não apontar as qualidades, mas os defeitos. E quando esta situação é crônica, é pior, pois nenhum ser humano suporta viver em uma relação onde é sempre desvalorizado. A relação vai acabando, porque mexe com a felicidade do outro. Mexe com aquilo que há de mais importante, o EU. E torna-se uma relação pesada, não existindo compartilhamento.

Outro ponto abordado pelo Dr. Bertoldi é que hoje se exige uma nova postura nas relações, há a necessidade de analisar que a mulher mudou muito e que o homem ainda não mudou o suficiente para viver essa nova relação. Explicou que está começando um novo fenômeno, os maridos estão sendo abandonados. Hoje é a mulher quem abandona o marido e isso é algo novo na sociedade. A mulher acaba sendo vítima das suas próprias conquistas, sai da submissão, e isso trouxe também dificuldades de relacionamento e de adaptação. Parece que homem não esta preparado para este papel, da nova mulher no mercado de trabalho e na sociedade. E quando ocorre a separação, geralmente não há um motivo claro para que aconteça, porque devemos lembrar que a separação vai acontecendo, ela nunca vem pronta.

Como impedir que o casamento vire uma rotina?

Dr. Bertoldi responde a pergunta explicando que um bom relacionamento tem três degraus: PAIXÃO, INTIMIDADE e COMPROMISSO.

Para ilustrar o que foi dito, cita como exemplo os jovens que se lançam em um relacionamento sem compromisso porque confundem amor com paixão e vão direto para a intimidade, não chegando ao patamar do compromisso, basta ver a quantidade de pais solteiros que existe.

Já com os adultos casados, o que geralmente ocorre e que se esquecem da paixão e da boa intimidade e assumem somente o compromisso. Explica que os casais precisam redescobrir a paixão verdadeira, que nada mais é que a contemplação, a valorização e a ajuda mútua para aceitar os defeitos e as diferenças.

Somente um casal que vive bem o seu casamento esta autorizado a gerar um filho, pois há o amor verdadeiro para gerar este filho, para gerá-lo no amor do casal. Somente assim este filho poderá crescer e amadurecer para vivenciar um relacionamento saudável e feliz no amor.

Dr. Agostino lembra também que a mídia mostra diariamente situações desastrosas e não mostra relações verdadeiras, não enaltece as relações positivas. E essa idéia de sexo descompromissado e fácil, acaba atraindo aos jovens. Ressalta que tudo que é dado em doses lentas, como doses homeopáticas, têm período longo, seu efeito é permanente. Adverte ainda que a TV funciona o dia inteiro, influenciando constantemente aos jovens, por este motivo faz-se necessário que estes recebam também diariamente, e desde pequenos, o acompanhamento de seus pais, mas não é simplesmente educar e orientar com palavras, mas sim com gestos e muito amor para que possam crescer seguros em suas decisões.

Sobre as influências de terceiros, apresenta-as também como situações que interferem no casamento, na relação do casal. O casal não pode perder o controle do casamento, porque quando as interferências atrapalham o relacionamento é porque encontraram espaço, uma brecha, e isso só ocorre quando o casal perde o controle da relação. A pergunta que deve ser feita é: Como os casais estão se relacionando? Se um casal for suscetível a opinião de terceiros, já é o suficiente para que esta situação atrapalhe o relacionamento.

O casal deve entender que, se casou, deve assumir esta responsabilidade e não deve, por exemplo, nunca se esconder na barra da saia da mãe ou da calça do pai. Como exemplo, cita o Evangelho de Mateus, deverá deixar os seus pais e a sua casa.

Deixar pai, mãe, irmãos não é deixar de amá-los Pai nunca vai deixar de ser pai, assim como mãe sempre será mãe e irmãos sempre serão irmãos, mas se casou, o casal é que deve, em união, decidir quem deve ajudar.

E quanto ao desejo sexual? O que fazer?

Dr. Bertoldi explica que o casal deve entender que casamento se faz de DESEJO, PRAZER e GRAÇA e não de desejo, prazer e pecado. O casal deve retirar o pecado e colocar as BENÇÃOS. O prazer deve ser compartilhado para não haver o pecado.

A relação do casal não deve ser movida a sexo. O relacionamento não deve estar para uma relação egoísta. O prazer é algo bom quando encaminhado para o casal, caso contrario é reduzido à capacidade de amar somente a um órgão sexual. Se a relação matrimonial segue o sentido da graça, o desejo de amar não acaba.

Para que os jovens cresçam com esta idéia de relacionamento cultivado no amor, os pais deveriam dar mais importância nas fases do namoro de seus filhos. Dr. Bertoldi diz que este é o grande segredo, preparar os filhos para um bom relacionamento no casamento. Acrescenta que as crianças têm um instinto precoce e a mídia esta chegando antes dos pais.

O casamento deve ser encarado como uma realização humana e é dever de todo pai educar seus filhos para vivenciarem isso.

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