O francês Weyergans, descreve em seu livro sobre a vida do casal tecida de trocas e complementações, mais ou menos nestes termos:
"Você me deu a sua paciência e eu, as minhas certezas.
Quando eu procurava ser eficiente, arriscava ser duro e intransigente, porém você, nas horas intermediárias, deitava ternura nas feridas abertas...
Nossos filhos nos teriam desprezado se nós tivéssemos dividido o amor, para um a força, para o outro, a doçura. Eles teriam escapado da força e explorado a fraqueza. Eu dei a você a liberdade de ser valente, segura, equilibrada. Não fui o justiceiro esperado à noite com pavor, porque você já havia exercido a justiça.
Você não foi a mulher-criança ansiosa de ser mimada. A imagem que seus filhos formaram de você é a da mulher-forte. E eu me recusei a ser símbolo do homem que é preciso temer e servir.
Você foi indulgente, compreendendo depressa o melhor. Ensinava o amor gratuito e a resistência silenciosa. eu temperei as minhas cóleras ao contemplar sua humilde tranquilidade. Aprendi a deixar os pequeninos a edificarem o seu mundo no seio do meu. Não perdi prestígio. E ganhei a inteligência do coração que sabe distinguir o estável no instável, a gravidade no riso, a verdade nas afirmações da fantasia.
Foi em você que amei os meus filhos. Foi você que me deu esses companheiros encantadores, essa razão de viver. Amo a você neles, como também os amo em você.
Este amor partilhado perfumou o ar de nossa casa, deu consistência às nossas tarefas.
Nossos filhos devolverão esse amor. Não a nós, a água não retoma o curso dos rios. O nosso amor reflorescerá no seu jovem amor. E seguirá s seus caminhos."
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