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domingo, 8 de março de 2009

Padre


Esse padre é de morte
Outubro de 1970


Havia em Viena, na Áustria, um sacerdote que vivia com os ouvidos sempre pregados ao seu potente receptor, sintonizando a frequência de onda da rádio-patrulha. Ele era capaz de parar qualquer carro com sua poderosa lanterna azul. Sabia abrir com suas gazuas (chaves falsas) qualquer porta de Viena. Antes da polícia, ele conseguia chegar rapidamente a qualquer local, onde havia um acidente. Ele se chamava MORTE, mas salvava a vida de muitos e ajudava a milhares de moribundos a alcançar a vida eterna...
Todo mundo o conhecia em Viena. Seu nome era Padre João DEAHT, em inglês, significa MORTE. E esse padre era mesmo de morte! ... Sabia tanto como a polícia e possuía instrumentos secretos para abrir qualquer porta. Mas a sua missão era uma só: salvar vidas e levar a salvação espiritual aos agonizantes.
Sempre ativo, com seus 40 anos de idade,o Pe. Death fundou, em 1962, um "Serviço de Emergência do Bom Deus" - uma espécie de Pronto Socorro espiritual para os acidentados e moribundos em desastres rodoviários ou em outras ocorrências policiais.
O 1º CONTATO COM A MORTE
Sua missão especial teve início no ano de 1961.
Certa noite, sentado junto ao seu velho rádio, ele tentava sintonizar uma estação para captar as últimas noticias do dia. Como por acaso entrou na frequência da rádio-patrulha e ele pode ouvir uma chamada de emergência da polícia para atender um acidente, onde duas pessoas estavam à morte. O Pe. Death foi buscar sua malinha e saiu a toda pressa para administrar os sacramentos aos moribundos. Mas na rua não passava nenhum táxi. Muitos carros se precipitavam velozes ao seu lado, indiferentes à sua angústia.
Quando chegou ao local do acidente, as duas pessoas já estavam mortas.
"_Onde é que o senhor estava, padre? - perguntou-lhe um policial. "Por acaso estava conversando com o bispo?... Desde que chegamos aqui, estamos chamando por um padre. Agora não adianta mais, o senhor pode voltar para sua casa."
Apesar de tudo e embora amargurado, o Pe. Death administrou a Unção aos acidentados, pois até umas duas horas após a morte ainda é possível conferir este sacramento.
Voltou logo para casa, e , ao entrar em seu aposento, percebeu que o rádio ainda estava ligado na mesma onda da rádio-patrulha. Pode então ouvir as outras estarrecedoras e contínuas chamadas da polícia: mais um acidente de carro, um suicídio, um rapto, tentativas de assassinato e por aí afora...
"Naquele momento - contou o Pe. Death - eu reconheci claramente a missão que Deus me confiava."
PADRE PARA OS ACIDENTADOS
O cardeal de Viena abençoou sua obra. Pe. Death não desligou mais o seu rádio, que permaneceu dia e noite captando a frequência de onda da patrulha policial. Comprou um enorme e complexo mapa da grande cidade, uma caixa de primeiros socorros, com um equipamento completo. Na caixa estava escrito em grandes letras: "PADRE PARA OS ACIDENTADOS". À noite ele utilizava uma potente lanterna azul de exército, onde também aparece a palavra "ACIDENTE". Ele conseguia parar qualquer carro, a qualquer hora do dia ou da noite. Os motoristas o atendiam com presteza e o levavam rapidamente ao local dos acidentes, mesmo que fosse em afastados subúrbios. Muitas vezes, o Pe. Death conseguia chegar ao local bem antes da polícia.
O chefe dos Correios da Áustria mandou instalar no equipamento do Pe. Death um telefone especial, de número 73-81-73. Uma fábrica de rádios o presenteou com um potente receptor. E até a polícia, extra-oficialmente e em confidência, lhe ensinou o novo código policial. Ele podia ouvir e entender as chamadas de emergência desde qualquer lugar.
ATÉ ARROMBADOR DE PORTAS
Pe. Death sabia vencer todas as barreiras para cumprir a sua missão.
De um anônimo marginal do subúrbio vienense, ele ganhou todo um conjunto de ferramentas usadas pelos arrombadores de portas.
"_Posso agora abrir qualquer porta em Viena" - afirmou o Pe. Death. "E minhas ferramentas já salvaram uma vida." Fazia apenas alguns meses antes, o receptor de Pe. Death captou uma chamada de urgência para uma tentativa de suicídio num dos bairros mais miseráveis de Viena. A DORA - famosa rádio-patrulha austríaca - precipitara-se como um foguete ao local do crime. Mas no excesso de velocidade, colidiu com um outro carro da polícia!...
O Pe. Death foi mais rápido. Chegou à casa e aplicou sua gazua à fechadura, entrou na casa inundada de fumaça e conseguiu retirar em tempo uma moça gravida, que tentou sufocar-se abrindo a torneira do gás. Quando um terceiro carro da DORA chegou ao local, a jovem já estava salva. Pe. Death ainda batizou o filhinho da jovem que conseguiu vencer a crise do desespero e acreditar na vida e na bondade de Deus.
Os caderninhos do Pe. Death registravam mais de 1.620 casos por ele atendidos.
É MESMO PADRE DE MORTE
esse Pe. "MORTE" era mesmo de morte!... E a polícia o admirava. O chefe de polícia de Viena afirmou: "É claro que não é legal captar a freqüencia de onda da patrulha policial. Nem andar por aí arrombando portas com gazuas de assaltantes. Mas o Pe. Death é exceção".
O grande desejo do Pe. Death era organizar um verdadeiro "Serviço de Emergência do bom Deus", com várias viaturas de diversos padres que se dedicassem exclusivamente à obra, andando lado a lado com carros da polícia.

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