UMA HISTÓRIA

Seu Ariovaldo já havia passado dos 80 anos de idade, era viúvo, não tinha filhos, vivia sozinho. Tinha fama de ser um homem feliz.

Um dia, Jaime, um jovem que passava pela cidade de seu Ariovaldo ouviu falar dele e quis conhecê-lo. Ele foi até a casa de seu Ariovaldo que o recebeu com alegria. Jaime ficou impressionado com a casa de seu Ariovaldo. Não havia nenhum sinal de luxo e parecia sem conforto. Jaime perguntou qual era a razão dele não ter mais coisas em sua casa. Seu Ariovaldo respondeu fazendo uma pergunta ao jovem Jaime: "Por que você não carrega suas coisas com você?" Jaime respondeu ao seu Ariovaldo que não tinha com ele porque estava ali na cidade apenas de visita e por isso não carregava seus pertences.

Seu Ariovaldo disse ao jovem: "Eu também estou nesse mundo só de visita. Não preciso carregar muita coisa comigo."

O AMOR CARNAL E O AMOR DIVINO

Um salva, o outro assassina.

O amor carnal - amor que dilacera.

O divino - amor que sempre espera.

Um é o sol que nos queima!

O outro, sol que ilumina.

Amor carnal - É mágoa, angústia e sofrimento!

Amor divinal - Alegria, ventura, celeste arrombamento.

Amor carnal - Mar que freme e se agita em rápido escarcéu!

Amor divinal - Lago sereno e azul a refletir o céu...

Amor carnal - Um desespero atroz!

Amor divinal - Dulcíssima esperança.

Amor carnal - Maldiz o destino!

Amor divinal - Bendiz a providência.

Amor carnal - A morte em plena vida!

Amor divinal - A vida além da morte.

Amor carnal - Um passado perdido...

Amor divinal - Um futuro almejado.

Pe. A. Monteiro da Cruz, S.J.

ALCÁÇAR DE SANTO DOMINGO

A cidade mais antiga da América, fundada por Cristóvão Colombo em 1496, e governada por seu irmão Diego, que residiu no palácio fortaleza desde os primórdios da colónia.

Lamenta-se e geme o povo

Por um pedaço de pão;

Entrega todas suas jóias

Pra sua sustentação...

"Senhor, vê até que ponto,

Chegou minha humilhação!"

Me digam vocês que passam

Pelo caminho que eu vou,

Me digam vocês, me digam

Se há dor como a minha dor?!...

Vejam como maltrataram

Quem o Senhor castigou!...

Nos ossos meus como um fogo

Do alto ele mandou,

Preparou-me uma esparrela

E para trás me passou,

Feito uma mulher perdida

Sem graça e vez me deixou.

Oh! Como pesa em meu dorso

Das minhas culpas o fardo.

Que o Senhor fez e amarrou,

Minha energia, um fracasso:

Em tais mãos me entregou,

Que já mais nada eu valho...

(1ªlamentação de Jeremias (1.11-14) versão do Pe. Reginaldo Veloso)

Utopia

Quando o dia da paz renascer
quando o sol
da esperança brilhar,
eu vou cantar!
Quando o povo nas ruas sorrir
e a roseira de novo florir,
eu vou cantar!
Quando as cercas caírem no chão,
quando as mesas
se encherem de pão
eu vou cantar!
Quando os muros que
cercam os jardins, destruídos,
então os jasmins
vão perfumar!

Vai ser tão bonito
se ouvir a canção,
cantada de novo.
No olhar do homem a certeza do irmão:
Reinado do Povo.

Quando as armas da destruição,
destruídas em cada nação,
eu vou sonhar!
E o decreto que
encerra a opressão,
assinado só no coração
vai triunfar!

Quando a voz da verdade se ouvir
e a mentira não mais existir,
será, enfim,
tempo novo de eterna justiça,
sem mais ódio,
sem sangue ou cobiça:
vai ser assim!

(Zé Vicente)

Oração à Nossa Senhora da Caminhada

Maria, Mãe de Jesus,
comadre de Nazaré,
mulher de um povo oprimido,
companheira de nossa caminhada.

Tu que foste sempre fiel

à esperança de teu povo,

ensina-nos a sermos fiéis

às lutas e às esperanças do nosso povo;

tu que foste fiel a teu filho

até o desafio da cruz,

ensina-nos a sermos fiéis ao Evangelho

na partilha e no serviço,

na denúncia da morte

e na defesa da vida.

Maria de Pentecostes:

que o teu coração ecumênico

nos ajude a contruir a unidade da Igreja;

que o teu canto de libertação

nos comprometa

a sermos livres e libertadores.

Filha da Promessa,

Nossa Senhora da Herança,

ajuda-nos a conquistar, organizados,

a terra do campo e o chão da cidade,

o espaço fraterno da Sociedade Nova

e a fartura da Terra Prometida.

Como tu, seguidores de Jesus,

índios, lavradores, operários,

mulheres e homens, jovens e adultos

pastores e fiéis,

avançaremos unidos nesta Santa Romaria,

até sermos amanhã comunidades feliz

na própria comunidade do Pai

e do Filho e do Espirito Santo. Amém!

(Dom Pedro Casaldáliga)

A vida merece ser vivida

E por que muitos não a vivem: arrastam-na, desperdiçam-na e a perdem?
Arrastam-na pelo vício.
Desperdiçam-na pelo ócio e dissolução.
Porque viver verdadeiramente a vida é entregá-la. Entregá-la a uma causa digna, nobre, que exija sair de nós mesmos, do nosso individualismo.
O ideal da vida está entregá-la, de uma vez para sempre, ao serviço de Deus.
E ao serviço dos nosso irmãos.
Assim fez Jesus Cristo, nosso divino Mestre. Deu a sua vida. Deu-a para a glória do Pai.
Deu-a para salvação dos homens.
Jamais uma vida se realizou tão plenamente.
É que dar-se é realizar-se em toda a plenitude da palavra.
Só quem se dá, vive verdadeiramente.
É preciso dar-se, com generosidade, sem medida, alegremente.
Deus ama a quem se dá com alegria.
Os Santos souberam dar-se: realizaram-se plenamente e sacrificaram-se generosamente pelos seus irmãos.
Sim. A vida merece ser vivida. Mas, não esqueçamos: o grão de trigo, que morre. é o que dá fruto. O que não morre, permanece estéril.
Assim nossa vida: a que se dá é a que realiza o ideal.

Alberto Moreno, S.J.

Mais além!

Ásperos caminhos anda

Um peregrino, em demanda

Da alegria que não tem.

E a quantos sobre isto fala,

Todos lhe mandam buscá-la

Mais além.


Foi aos palácios doirados,

Cruzou por salas e estradas,

Rogando se a vira alguém.

E ao som do baile ou da orgia,

Sempre uma voz lhe dizia:

Mais além.


Aos pastores, às serranas

Pergunta, se nas cabanas,

Mora oculta por seu bem.

E eles, que a dor não escondem,

Curvando a fronte respondem,

Mais além.


Penetra, com desalento,

Pelos claustros dum convento,

Ante um altar se detém.

E orando aí largos meses,

Ouve às vezes, só às vezes:

Mais além.


Por fim, ao jazigo santo,

Com os olhos rasos de pranto,

Buscar a alegria vem.

E uma figura encarnada,

Abrindo a campa lhe brada:

Mais além!


Júlio Alarcon

Vida

(Recebi este Santinho do Papa em 1980 em sua visita ao Rio, nesta época eu estava preparando-me para a 1º Eucaristia.) 

A vida merece ser vivida

E por que será que muitos não a vivem: arrastam-na, desperdiçam-na e a perdem?

Arrastam-na pelo vício.

Desperdiçam-na pelo ócio e dissolução.

Porque viver verdadeiramente a vida é entregá-la. Entregá-la a uma causa digna, nobre, que exija sair de nós mesmos, do nosso individualismo.

O ideal da vida está em entregá-la, de uma vez para sempre, ao serviço de Deus.

E ao serviço dos nossos irmãos.

Assim fez Jesus Cristo, nosso divino Mestre. Deu a sua vida. Deu-a para a glória do Pai.

Deu-a para a salvação dos homens.

Jamais uma vida se realizou tão plenamente.

É que dar-se é realizar-se em toda a plenitude da palavra.

Só quem se dá vive verdadeiramente.

É preciso dar-se, com generosidade, sem medida, alegremente.

Deus ama a quem se dá com alegria.

Os Santos souberam dar-se: realizaram-se plenamente e sacrificaram-se generosamente pelos seus irmãos.

Sim. A vida merece ser vivida. Mas, não esqueçamos: o grão de trigo, que morre, é o que dá fruto. O que não morre, permanece estéril.

Assim nossa vida: a que se dá é a que realiza o ideal.

Alberto Moreno, S.J.