"Ó Deus, criaste-nos para Ti e o nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em Ti!" (Santo Agostinho)

"Faça poucas coisas, mas as faça bem!" (São Francisco de Assis)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Quarta-feira de Cinzas


"Por que tu és pó e ao pó hás de voltar" ( Gn 3,19)
"Convertei-vos e crede na Boa Nova" (Mc 1,15)



Vivemos em uma época em que tudo é questionado, tudo está em mudança e tudo acontece muito rápido, mas ainda existem certas coisas, festas, celebrações, que estão tão enraizadas na nossa cultura religiosa, que dificilmente são largadas. A tradição tem consagrado certas práticas em que encontramos um valor e, de nossa parte, nunca abandonaríamos.

Antigamente, a igreja celebrava a festa de São Braz com a bênção da garganta e a comunidade em peso participava. O gesto foi consagrado em nossa mentalidade. Porém, não sei bem porque, nos últimos anos esta bênção "caiu de moda". O que aconteceu? O valor não foi descoberto? Sinto falta de receber a bênção com as velas em forma de cruz.

Outra festa, o rito da Quarta-feira de Cinzas, ainda continua atraindo o povo.


E o que é que tem este sinal?

Se usarmos uma palavra sinônima, ou mais, podemos achar: pó, poeira, sujeira, caveira, miséria, pobreza... Se formos refletir sobre as cinzas, de fato, fazem uma sujeira na pessoa. A pessoa, que normalmente, anda suja é o pobre e na Quarta-feira de Cinzas, todos somos marcados e ficamos sujos.

Na manhã de Quarta-feira de Cinzas ainda podemos ouvir cantos e gritos de Carnaval, uns ainda dançam, outros ainda estão de ressaca, mas muitos esperam a Missa. E a igreja se enche de adultos e idosos, jovens e crianças, pessoas inquietas, se mexendo de um lado para o outro. A criançada também está inquieta, porque falta o costume de estar no recinto da igreja. E para quê? Para apagar o pecado das estravagâncias do Carnaval? Mas de que adianta receber as cinzas e não fazer nada depois e não mudar? Devemos reconhecer que somos todos iguais e reconhecer também o que há de bom e de ruim em todos.

As cinzas são um sinal de igualdade, todos estamos humilhados neste momento, iguais uns aos outros. E se somos todos iguais, por que violentamos o nosso semelhante? A violência faz parte de nosso cotidiano, mas diante de um quadro de tanta violência, sei que ainda podemos celebrar atos de FRATERNIDADE. Podemos agir com consciência


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Creio na ressurreição da carne

(A Pinacoteca do Vaticano, em Roma, guarda esta obra prima de Caravaggio, para o encanto dos artistas e a piedade dos cristãos.)

Jesus de Nazaré não ficou na mansão dos mortos, mas ressuscitou. Em Jesus se manifestou o destino de todos os homens, isto é, a vida plena. Assim como todos morrem em Adão, da mesma forma, dirá São Paulo, todos hão de ressuscitar em Cristo. A ressurreição de Jesus significa um futuro prometido ao homem. A palavra carne é tomada no sentido de corpo material. O corpo glorioso na ressurreição é o mesmo corpo que tivemos, mas, ao mesmo tempo, completamente diferente. O adjetivo glorioso quer dizer que esse corpo mortal, nossa pessoa mais profunda que carregou esse corpo que faz parte de nós, será transformado em glória. A ressurreição da carne quer exprimir o fato de que, depois da morte, há de surgir uma vida nova para o que ressuscitar. Será um ser humano em plenitude, nem apenas matéria, nem apenas espírito. O Filho do Homem, tendo tomado nossa carne, não o faz para destruí-la, mas para salvá-la e glorificá-la. A ressurreição será uma transformação de nosso corpo, semelhante à transformação entre o grão e a flor.

(Do “Almanaque do Coração de Jesus”)

Cremos na Missa

Cremos que a Missa celebrada pelo sacerdote que representa a pessoa de Cristo, em virtude do poder recebido pelo sacramento da Ordem, e oferecida por ele em nome de Cristo e dos membros de seu Corpo Místico, é o sacrifício do Calvário, tornando sacramentalmente presente sobre nossos altares. Cremos que, como o pão e o vinho consagrados pelo Senhor, na Última Ceia, foram mudados no seu Corpo e no seu Sangue, que iam ser oferecidos por nós na Cruz, assim também o pão e o vinho consagrados pelos sacerdotes se mudam no Corpo e no Sangue de Cristo glorioso que está no céu. E cremos que a misteriosa presença do Senhor naquilo que continua a parecer aos nossos sentidos do mesmo modo que antes, é uma presença verdadeira, real e substancial. A única e indivisível existência do Senhor que está no céu não é multiplicada, mas torna-se presente pelo Sacramento em todos os lugares da terra onde a Missa é celebrada.

(Do “Credo do Povo de Deus” – Papa Paulo VI.)